sexta-feira, 30 de julho de 2010
62ª SBPC reuniu 12 mil pessoas. Especialistas apontam desafios para as Ciências do Mar.
Doze mil inscritos dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal na programação oficial, 15 mil visitantes por dia, 11 mil estudantes do ensino básico ao longo da semana e muitos desafios para as Ciências do Mar. Esse é o saldo da 62ª Reunião Anual da SBPC, encerrada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em cerimônia na noite desta sexta-feira, 30 de julho, no campus (foto) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
"O balanço da reunião é muito positivo", afirma o presidente da SBPC, professor Marco Antônio Raupp. "Alcançar os quatro cantos do país com um dos maiores públicos dos últimos anos é uma vitória. Quanto maior o alcance, maior o impacto sobre a sociedade". A ExpoT&C, que reúne projetos vinculados ao governo federal, foi o setor que mais recebeu visitantes: média de 6 mil por dia. “São 30 mil na semana, entre estudantes, professores e cientistas”.
Raupp adianta que os preparativos para edição 2011 do encontro, que ocorrerá na Universidade Federal de Goiás (UFG) começam imediatamente. “Devemos ter como tema o Cerrado e o Pantanal”.
Apesar do sucesso na organização, especialistas apontam desafios para os estudos do mar no Brasil, tema do encontro e ponto de debate em 53 das 159 conferências, mesas-redondas e simpósios realizados. O físico Edmo Campos, professor do Instituto Oceanográfico, da Universidade de São Paulo (IO-USP), alerta sobre a necessidade de um programa de observações e monitoramento para compreender as mudanças no Atlântico Sul.
“O Brasil precisa se preparar para as mudanças climáticas e os oceanos, que cobrem 70% da superfície da Terra, têm papel fundamental nesse processo”, explica. O especialista alerta sobre alguns impactos já constatados: aumento da temperatura média, alterações no padrão de circulação, aumento no nível médio e aumento da acidez. Outro ponto de alerta diz respeito à conservação da biodiversidade – em boa parte desconhecida – dos oceanos.
SOLUÇÕES - O contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, coordenador da Comissão Interministerial de Recursos do Mar (CIRM) propõe a aproximação das universidades, das empresas e dos governos com as atividades científicas desenvolvidas pelos centros de pesquisa da Marinha. “É preciso popularizar a ciência, as tecnologias e inovações sobre os oceanos”, afirma ele, lembrando que 80% da população vive a menos de 200 km do mar.
No âmbito do incentivo às pesquisas, o professor Marco Antônio Raupp destaca a necessidade de uma Medida Provisória que estabeleça um regime jurídico especial para licitações e contratos realizados por Instituição Científica e Tecnológica (ICT) e Agência de Fomento. ”É preciso autorização para fazer compras e contratações com base em um regulamento próprio, elaborado à luz dos princípios constitucionais da administração pública”, observa.
Para fechar com chave de ouro um dos maiores eventos científicos da América Latina, cerca de 15 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, devem assistir ao show do cantor compositor Tom Zé, na Praça Cívica da UFRN.
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