sexta-feira, 30 de julho de 2010

Novas perguntas para o século XXI


Novas respostas só surgem com novas perguntas. A afirmação, por mais óbvia que pareça, representa o princípio do plano de governo da candidata à Presidência da República Marina Silva (PV). "No século XX tínhamos a matriz energética fundamentada no petróleo, carvão e gás", disse. "Para o século XXI temos que mudar para a biomassa, a hidrelétrica e a celulose".

Convidada para debate na 62ª Reunião Anual da SBPC, nesta sexta-feira, 30, a ex-senadora e ex- ministra do Meio Ambiente destacou o papel da ciência para apresentar respostas aos questionamentos contemporâneos. "Não basta vontade política. É preciso conhecimento de ponta para adotar um modelo de desenvolvimento sustentável", afirmou ela, diante do público que lotou o auditório da Reitoria da UFRN.

Marina destacou a função da ciência de quebrar paradigmas. "Não podemos mais ser um país produtor de carbono e que preze pelo desenvolvimento a qualquer custo". Para a ex-seringueira, é preciso respeitar os recurso naturais. "Temos tecnologia para dobrar nossa produção sem derrubar um 'pé de mato'" observou. "Na Amazônia há uma média de um boi por hectare. Podemos ter dois no mesmo espaço", exemplificou.

A candidata destacou o potencial ambiental do país, que concentra 11% da água doce do planeta, 22% das espécies vivas e tem 60% de seu território coberto por florestas. "Para manter essa riqueza e dar exmplo ao mundo de um novo modelo de crescimento temos que usar toda inteligência concentrada aqui para ampliar a participação da ciência nesse processo".

PLEBISCITO - Marina prometeu ampliar os investimentos em educação dos atuais 5% do PIB para 7%. "Sei bem a necessidade do acesso a uma formação de qualidade do ensino infantil à universidade", declarou ela, que foi analfabeta até os 16 anos. Sobre temas polêmicos, como o aborto e a legalização da maconha, a ex-senadora defende um plebiscito.

Apesar de ser contrária ao casamento gay, Marina - que é evangélica da Assembleia de Deus - promete lutar por direitos dos homossexuais, como os benefícios assegurados por uma união estável. "Todo casal deve ter direitos como o acesso ao plano de sáude e à herança", exemplificou. O debate foi conduzido pelo presidente da SBPC, professor Marco Antônio Raupp.

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