quarta-feira, 28 de julho de 2010

UnB pesquisa pomada para curar Leishmaniose tópica em humanos


Pesquisa da Universidade de Brasília está prestes a descobrir a cura para a Leishmaniose tópica em humanos. O trabalho chefiado pela professora Laila Salmen Espindola, coordenadora do Laboratório de Farmacognosia da UnB, foi um dos destaques da 62ª Reunião Anual da SBPC nesta quarta-feira, 28 de julho.

“Estudos preliminares apontam que é possível desenvolver um tipo de pomada que elimine os parasitas e fungos nas feridas de pele”, afirma a pesquisadora.

A Leishmaniose atinge 350 milhões de pessoas em 80 países, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Com alto índice de mortalidade, a doença transmitida ao homem pela picada do mosquito flebotomíneo pode se manifestar de duas formas: visceral ou tópica. “Na tópica o paciente apresenta feridas na pele, que concentram o parasita causador e fungos”, explica Laila Espindola, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmacognosia.

A matéria prima do estudo, iniciado a cerca de um ano, são os chamados fungos endofíticos (que habitam folhas). Especialista em identificar matérias-primas para a produção de medicamentos, Laila explica que esses organismos apresentam propriedades terapêuticas raras. “Conseguimos isolar substâncias produzidas por esses fungos que eliminam os parasitas e fungos presentes nas feridas causadas pela Leishmaniose”, conta a professora da UnB.

O objetivo da pesquisa é chegar a uma espécie de pomada que cure as feridas. “Os estudos estão em fase preliminar com animais de laboratório. Mas temos fortes indícios da viabilidade de desenvolver o produto para os humanos”, acredita. Hoje, o tratamento da Leishmaniose depende da ingestão de medicamentos caros e com alto efeito tóxico. “Uma pomada tornaria a cura mais acessível, além de menos prejudicial ao paciente”, destaca a pesquisadora.

CERRADO – Laila e sua equipe fazem do Cerrado brasileiro uma extensão do laboratório. É na mata retorcida que o grupo formado por estudantes, mestres e doutores coleta os fungos para a pesquisa. “Já coletamos 17 espécies de plantas, das quais isolamos 48 fungos para a produção de extratos brutos fúngicos”, enumera. São esses extratos que prometem curar, em futuro próximo, o mal que representa a terceira maior causa de infecção em pacientes soropositivos que apresentam forte baixa imunológica.

Participaram ainda da mesa-redonda Biodiversidade e Farmacognosia: Plantas, Micro-Organismos e Animais a professora Maique Weber Biavatti (UFSC) e o professor Roberto Gomes de Souza Berlinck (USP).

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