segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pesca artesanal em extinção


A especulação imobiliária e a atividade de navios pesqueiros ameaçam a sobrevivência das cerca de 3 milhões de pessoas que hoje dependem da pesca artesanal na costa brasileira. A afirmação é do especialista em Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural do Amazonas (UFRAM), Eduardo Tavares Paes, partcipante da conferência A Qualidade de Vida nas Comunidades Pesqueiras.

O debate, parte da Programação Científica da 62ª SBPC desta segunda-feira, 26 de julho, teve como apresentadora a professora do Departamento de Sociologia da UnB, Fernanda Sobral. Foi a primiera participação da univerdidade na reunião anual de 2010.

O pescador Jorge Nunes (foto), mais conhecido com Seu Chico, falou sobre a luta dos 180 pescadores de Itapuã, em Salvador (BA), para permanecer na área da praia. "Estamos resistindo contra os interesses dos empresários hoteleiros, que querem nos tirar de lá", comentou. Aos 52 anos, pai de um casal de pescadores, ele também falou sobre os navios pesqueiros. "Quando eles passam, não sobra nada".

Dissertação na área de Ergonomia - interações entre indivíduos e outros elementos de um sistema - da pesquisadora Cíntia Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), revela que, hoje, só 30% dos 42 pescadores da praia de Ponta Negra, em Natal, vivem exclusivamente da pesca. "Até pouco tempo todos viviam de pescados", ressaltou ela, destacando as interferências externas no desmantelo da comunidade.

Também participou da conferência o professor Roberto Kant de Lima, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

foto: Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência

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